Antonio Pereira, um senhor beirando os 60 anos, é o administrador da Estação Iguatemi desde 1998. É subordinado à Superintendência de Transporte Público (STP, entidade ligada à prefeitura, que gerencia as estações de transbordo da cidade). Ele deu o seu parecer a respeito da presença dos baleiros nas estações.
- Os baleiros têm permissão para vender apenas nos ônibus, não nas estações. A presença deles nas estações é irregular. Porém, não podemos atuar contra eles, pois não temos efetivo suficiente para isso. Dispomos apenas de três seguranças para cuidar das instalações. Os baleiros atrapalham o trânsito dos usuários das estações.
Nesse mesmo dia, encontrei o fiscal da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SESP, outro órgão da prefeitura que atua nas estações), Fernando Souza. Ele garantiu que o trabalho de fiscalização serve para evitar acidentes com os pedestres.
- Não queremos proibir, mas só queremos que os baleiros trabalhem em locais seguros, cumprindo a lei.
As polêmicas não param por aí. A prefeitura liberou o cadastramento de apenas mil baleiros, sobre a alegação de que há somente 2 mil ônibus circulando na cidade.
- Não consegui me cadastrar ainda. Dizem que a prefeitura suspendeu o cadastramento, pois já tem mil baleiros inscritos. Acho que tá havendo enrolação. Eles só colocam os conhecidos. Ainda não tenho dificuldades, pois pago a minha passagem. Se não fosse isso, os motoristas me barrariam!
O baleiro Antônio Gilson, comentou esta situação devido ao fato que a Unibal enviou um ofício para as empresas de ônibus, solicitando que os motoristas não permitissem a entrada de baleiros sem crachá e colete. Mas, toda essa burocracia não impede que os baleiros continuem criando as suas expressões, jargões e entonações particulares, para a publicidade de seus produtos.
Desenhos: Carlos Eduardo Freitas Voltar
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