Numa época na qual o futebol tateava em busca do seu lugar ao sol como esporte de peso, os goleiros usavam boinas, e, as chuteiras eram quase botas de couro... Nasce um time com pretensões de campeão. No dia primeiro de janeiro de 1933 foi fundado o Galícia Esporte Clube. Time da colônia de espanhóis que residiam em Salvador. Eduardo Castro de la Iglesia, dono de uma alfaiataria, e seu amigo, Jose Carrero Oubinã, tiveram a idéia de criar o clube.
O Galícia tinha a missão, implícita, de, além de cumprir o seu papel em campo e jogar bom futebol, ser um ponto de convergência para estreitar os laços amistosos entre baianos e galegos, como eram chamados os espanhóis.
O primeiro título baiano do Galícia veio em 1937. O time campeão era formado por De Vinche, Bubu e Bisa; Ferreira, Vani e Walter; Dedé, Servilho, Vareta, Bermudes, Palito e Moela. Na sua trajetória, o Galícia conquistou o Tri-campeonato Baiano, nos anos de 1941, 1942 e 1943. O time alcançou mais notoriedade e honrou o apelido de “Demolidor de Campeões”, colocado pelo jornalista de A Tarde, Aristóteles Gomes.
Pra variar, cartolas baianos tentaram ofuscar mais uma vez o brilho inquestionável do azulino. O Bahia queria uma melhor de três contra o Galícia, na final do Baianão de 1941. O azulino, por sua vez, não concordava e considerava-se com quatro pontos à frente do Tricolor na tabela. Depois de muita confusão e indefinição o Campeonato Baiano de 1941 encerrou no dia 25 de fevereiro de 1942, tendo o Galícia proclamado Campeão Baiano.
Anos mais tarde, em 1995, o Galícia chega a mais uma final do Baiano. Desta vez perdeu para o Vitória e ficou com o vice-campeonato. Em 1999, ano em que não houve jogo na final, pois o Bahia para a Fonte Nova e o Vitória, para o Barradão, e inacreditavelmente ambos foram considerados campeões. Já o Galícia, foi rebaixado à segunda divisão.
Se as coisas inacreditáveis que só vemos na Bahia não derem as caras, este ano o Galícia pode retornar à elite do futebol baiano. Sarava, FBF!!!
Esta matéria possui fragmentos de um texto (de minha autoria) publicado na íntegra no site do Galícia, no link “história” (www.galiciaec.com.br/historia.php).